Amassado, rasgado, no livro, no bolso, na agenda, no caderno, na gaveta, secreto, segredo, escondido... no lixo, no coração! São somente meus rascunhos...

Aline Nogueira.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sem motivos.



Ela quer sentir a vida como se fosse a última coisa que faria, mas alguma coisa a impede de seguir em frente. A sua vida parou, nem mesmo as cores florecem, nem o sol aparece ao amanhecer, porque não amanhece mais, também não anoitece com a mais bela luz da lua, ela vive num lugar que a única coisa existente é o vazio; o vazio e o desejo de sair dali, de correr e poder gritar, porque ela não pode gritar, não tem voz. A sua voz foi consumida pela solidão junto com todos os seus sentimentos; ela agora é que nem o espaço em que vive, vazia. Sem sonhos... Porque os que a faz bem não pode ter. Ela quer esvaziar seu coração, estar sofrendo, quer ficar sozinha, mas apesar do vazio ela nunca estar. Talvez ela pense que nunca estar, porque ela não tem ninguém, ninguém que vá mudá-la, ninguém que olhe-a fundo e compreenda o que sente, ninguém que consiga fazê-la feliz, porque sua felicidade foi embora, foi embora e levou junto toda sua vontade de viver. Ela só quer entender o que acontece ao seu redor, mas ninguém a escuta, ao menos percebem a sua presença.
E aonde está a garota que existia? Que acreditava que tudo iria se consertar, que tinha esperança, e com seu sorriso mudava qualquer ambiente. Talvez ela volte atrás, pra tentar recuperar um tempo que não volta mais. Eu não posso imaginar como ela chegou até aqui.
Mas ela só precisa acordar e seguir em frente, imaginar o futuro e esquecer o presente.
Só precisa saber o que fazer, pra não fazer o que sente.
Aline Nogueira.

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