Amassado, rasgado, no livro, no bolso, na agenda, no caderno, na gaveta, secreto, segredo, escondido... no lixo, no coração! São somente meus rascunhos...

Aline Nogueira.



domingo, 2 de janeiro de 2011

Em um lugar que não existia...



É sempre em cima da altura que ela não tem que olhar o mundo. É das coisas que ela não sabe, que fala melhor. É dos sentimentos que ela não poderia sentir, que se abastece. Tudo é de todos? Tudo é de graça? Tudo é amplo? E então, ela insegura, tem medo de não saber mais. De se perder. Das suas bolinhas de chocolate desagruparem, e saírem correndo pelo mundo. Realmente, não é todo mundo que fica bonito saindo de um banho de chuva gelado e enxergando em volta. Se enxergando. Sem seu território devidamente, conquistado e fechado, bonito. Com água quente e toalha seca. O lugar estava cheio, e as pessoas vazias. O lugar estava quente, e as pessoas frias. O lugar estava insuportável, e as pessoas juravam ser legais. As ruas não existiam pra ninguém. Não existe mais o que perder, não existe amor lá, aqui, ali. Acho que finalmente está ficando tarde demais. Ela e suas maquiagens de brinquedo, usando salto para uma noite cansada, achando graça porque o dia terminava justamente porque começava de novo. Mas estava impossível andar de salto alto naquele chão com tantos corações esmagados.
Eu fui em um lugar que não existia.
Aline Nogueira.

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